PATRIMÔNIO???

Pois é passageiros... Como para nós greve de ônibus é sinônimo de trabalho em dobro, esses dias foram e estão sendo agitados.

Está bem...
vamos falar de coisas mais importantes além do lucro que tive nesses dias. =D

Meus caros, conhecem a Casa do Português? Fica no bairro Damas, na Av. João Pessoa, nº5094.






AHHHHHH...
é essa aí mesmo...

Bom, agora é sério.

Se antigamente no bairro Damas a casa do Português era símbolo de ostentação, hoje é sinal de abandono, sua estrutura física é um reflexo do esquecimento da história do Bairro que deveria ser preservada.
Hoje este passado está se desfigurando, tanto por conta das informações errôneas repassadas na internet, quando pelos poucos dados encontrados em bibliotecas e moradores do bairro.
E o primeiro sinal de decadência não é a própria estrutura física do casarão e sim a falta de memória, de história, de um passado – imagino eu – rico.
E se possuem informações, estas não estão juntas os claras o suficinetes.
Tudo que encontrei na biblioteca pública (a do lado do dragão do mar) vieram de antigas reportagens. Uma do jornal O POVO do dia 28 de abril de 1994 e outra de um informativo da Pague Menos chamado “Informatudo” no ano de 2002.

Basicamente...
A construção da casa foi concluída em 1950. A residência foi batizada de Vila Santo Antônio, seu primeiro proprietário, o português José Maria Cardoso, era um comerciante bem sucedido, dono de um depósito que fornecia lenha para a Light e para os trens da Rede Viação Cearense (RVC) e o casarão foi um presente à sua esposa que reclamava da moradia em casa pequena. E queridos passageiros, quantos quartos foram suficientes para agradar a esposa? Lacem suas apostas. 20? 25? Não meus caros, foram exagerados 40 quartos. Uma imensidão que a família por mais que aumentasse não ocuparia tudo.

Para resumir...
Depois o local transformou-se em uma boate, sede da Ancar, sede da Ematerce e com isso foram feitas modificações, perdendo um pouco da originalidade em suas linhas internas e por fim abandonada e invadida por “sem-tetos”. A casa foi depredada com roubos de lustres portas, janela importadas da Europa, armários embutidos em mármore vindo de Portugal.
Sim, existem herdeiros. O filho único do casal, José maria Cardoso Júnior, teve vários filhos provenientes de relacionamentos extraconjugais que hoje reclamam de direitos na partilha, mas que por motivos desconhecidos não preservam o local.

E agora? A casa do Português vai ser mais um exemplo de prédios em processo de desaparecimento?

Fica a dúvida no ar para que possamos refletir o valor do que consideramos nosso patrimônio e que carrega consigo uma história que será levada aos poucos, lentamente, e que um dia não poderemos mais resgatar.


Vamos,
apreciem mais um pouco...
Partiremos em 5 minutos.